Quarentena – Birras – Semana #8

Quarentena – Birras – Semana #8

Tive um dia da Mãe fantástico e cheio de mimos: de manhã um brunch preparado com todo o carinho pela Francisca e pela Madalena, um almoço integralmente made by Madalena e um jantar muito fancy preparado pela Maria. Em cada refeição tive uma carta debaixo do prato. Foi um dia fantástico e super feliz.

Depois mergulhei numa semana horrível de birras intermináveis, de gritaria, discussões, tudo no limite da racionalidade. 60 dias – já ninguém aguenta. Voltei a correr a bem da minha sanidade mental – foi a melhor decisão da semana.

Felizmente as aulas da Francisca estão a correr muito bem. Tem um horário giríssimo feito pelas manas e com isso consegue gerir as ligações ao zoom sozinha com tranquilidade, o que é um grande alívio. Para além disso tem aulas extra de apoio, que ajudam imenso.

Mas não sei o que é que lhe deu, esta semana foram birras daquelas de horas, sem razão aparente. Depois entrámos naquela linha que separa o aceitável (com todos os descontos possíveis) do “ miúda, tu orienta-te que não estás a falar com a colega da escola “. Assim, entre raivinhas, choradeiras e “não quero trabalhar” alternei entre a vontade de desligar e a plena consciência de que nunca mais a apanhava se lhe desse essa largueza toda. Portanto a solução foi deixá-la chorar até se acalmar mas não ceder ao trabalho diário, embora tenhamos feito alguns ajustes (só me fez lembrar as birras do Verão mas em versão hardcore).

Alternámos entre dias assim e dias em que estava um doce e cheia de atitude. Aí, fazia tudo sem eu dizer nada com bónus extra de abraços bons e bilhetes queridos.

E porquê? Não sei. Tenho noção que isto é extremamente cansativo para todas, mesmo com todas as adaptações e criatividade que possamos incluir no nosso dia a dia. Se podia ter feito de outra forma? Podia. Se consegui? Não. Se me sinto culpada? Às vezes. Se penso muito nisso? Não. Os dias maus fazem parte, não vale a pena ter ilusões – há que aceitar.

A parte boa da semana é que passados 2 meses voltámos a ter a terapia (agora on-line). E isso é uma lufada de ar fresco. A segurança da terapeuta que rapidamente identifica o que temos de trabalhar, valida estratégias, ensina truques é um descanso.

Best of da semana
“dá-me, é meu”,
“eu quero o Ipad”
“agora é a minha vez no ukelele”
“não, tu foste ontem”
“sai do meu quarto”
“sai tu, eu estava aqui primeiro”
“ preciso do computador agora”
“ não, eu tenho aula”
“ eu é que tenho”
“ Pára”
“ olha que eu vou dizer à mãe”
“ já te avisei que eu vou dizer à mãe “
Oh mãeeeeeeeee…

Repeat 5 dias. Over and over again.

Para a semana mudamos de cenário, vai ser melhor de certeza!

A história de uma quarentena:

Semana #1 – Trabalhar com a Francisca em quarentena
Semana #2 – Trabalhar com a Francisca em quarentena
Semana #3 – Trabalhar com a Francisca em quarentena
Semana #4 – Quarentena by Francisca
Semana #5 – O Essencial
Semana #6 – Aulas online & comparações
Semana #7 – Dia da Mãe

Patrícia Teixeira de Abreu

Vivo a vida com intensidade e acredito que a dislexia pode ser uma oportunidade única de crescimento para uma família de miúdas com garra.

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Determinada, entusiasta e enérgica gosto de sentir que crio valor. Desafios que envolvam comunicação, liderança e criatividade são para mim! Gosto do frio da barriga de novos começos. A monotonia aborrece-me e a paciência não é propriamente o meu forte...

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