
Chegámos à Meta!
- Junho 28, 2020
- por
- Patrícia Teixeira de Abreu
Se fechar os olhos e pensar numa metáfora que caracterize este ano lectivo, imagino uma corrida de mão dada com a Francisca com várias mochilas em cima: teletrabalho, tele-escola, “tele-birras”, “tele-almoços” e “tele-tudo”. Ontem chegamos à meta exaustas, e com a sensação que não éramos capazes de correr nem mais um minuto.
Fomos enormes,todos: pais,professores e miúdos.Fizemos o que noutros tempos consideraríamos impensável e impossível. Yes, we did it!
Chegámos ontem à meta, orgulhosas de todo o trabalho dos últimos meses. Foi um esforço enorme. Ontem tivemos a sessão semanal com a terapeuta e a Francisca apareceu na sala antes da terapia com lágrimas nos olhos. “ Mãe, não é justo. Toda a gente fica de férias hoje menos eu que tenho de continuar a trabalhar”. Senti uma “raivinha” enorme desta dislexia que nunca nos deixa em paz.Também quero que a minha filha esteja de férias, livre e sem preocupações. São mais que merecidas. Abracei-a. “Claro que vais ter férias como todos os outros. Vamos ter o nosso momento as duas e prometo que vamos trabalhar de forma criativa”
Como é que vamos trabalhar de forma criativa todos os dias?
Não sei. Mas sei que tem de haver uma clara diferença entre o tempo de aulas (mesmo em casa) e as férias (em casa também). Sei que embora me custe imenso vamos ter de trabalhar todos os dias porque isso faz toda a diferença na consolidação da aprendizagem da Francisca.
Sei que não quero gritos nem birras persistentes,
Sei que o tempo de trabalho terá de ser curto e produtivo,
Sei que quero que ela sinta que o trabalho que fazemos diariamente é um momento bom e não uma grande seca,
Sei que quero que brinque muito e que tenha umas óptimas férias.
Fundamentalmente, sei que vamos precisar de gerir muito bem o esforço. O meu e o dela. O meu, porque estou cansada e o dela porque cansada está.
Às vezes sabemos o que queremos mas não sabemos como lá chegar (ver: Visão e objectivos de aprendizagem).É normal.Eu habituei-me a viver com isso, e a acreditar que vão surgir sempre ideias para tornar este processo mais leve e feliz – e isso é meio caminho andado para lidar com o dia a dia com muito menos ansiedade.
Boas férias aos nossos miúdos super-heróis! Foram enormes!