
Visão & Objectivos de Aprendizagem
- Maio 31, 2020
- por
- Patrícia Teixeira de Abreu
Este post resulta de uma conversa com uma amiga em desespero com a aprendizagem da filha – num cansaço extremo que eu já senti tantas vezes.
Quando resolvi fazer o blog, isso gerou muita surpresa entre amigos e família. A preocupação foi evidente:
– Como é que vais ter conteúdo para escreveres todas as semanas no blog?
– Será que não te vais tornar repetitiva?
– Como é que vais conseguir ter tempo?
– E se não conseguires ter inspiração para escrever?
– E se…
Para mim estas perguntas foram muito importantes, porque me fizeram pensar e testar as minhas ideias, mas a minha resposta foi sempre a mesma:
– Não sei. Logo se vê – a única certeza que tinha é que queria fazer algo de diferente.
No outro dia fiquei a pensar nisso, porque às vezes somos nós próprios que acabamos com os nossos sonhos mesmo antes de qualquer tentativa de implementação. Ficamos focados nos obstáculos e isso paralisa-nos. Isso não significa que não tenhamos as coisas pensadas e estruturadas, mas simplesmente às vezes é só preciso deixar ir e aceitar alguns riscos.
Esta semana, num webinar sobre a Visão estratégica das organizações no pós Covid a formadora disse algo que eu considerei muito interessante sobre a Visão que podemos ter para a organização ou mesmo para a nossa própria vida: em vez de nos posicionarmos no agora e delinearmos a nossa visão de futuro, podemos imaginarmo-nos no futuro e daí olhar para trás para vermos o caminho que temos de fazer para chegarmos ao ponto que queremos. Isso evita a tradicional abordagem de sermos consumidos pelo medo dos obstáculos.
Achei interessante. Foi isso que eu fiz no blog. A Visão do blog é simples: ajudar a tornar a vida das crianças disléxicas mais leve e feliz.
O caminho não é linear. Mas quando me foco na minha Visão, elimino automaticamente perfeccionismos exagerados e medos excessivos. Claro que tenho uma estratégia, mas escolho que seja flexível.
É exactamente assim que vejo a dislexia da Francisca. E é exactamente assim que lido com a aprendizagem dela. Em momentos de desespero ajuda-me pensar: Qual é a minha Visão? Que aprenda feliz e confiante e que sonhe sempre em grande.
É isto que deve estar sempre no meu Top of mind, e é com base nisso que vou ajustando os meus objectivos para que não comprometam a minha Visão. Por exemplo um dos meus objectivos de curto prazo é que até Setembro consigamos consolidar a matéria do terceiro ano.Para não comprometer a minha Visão eu sei que isso vai acontecer ao ritmo muito mais lento do que eu gostaria. Não interessa atingir este objectivo à custa de gritaria, resistência e cansaço extremo. É aqui que entra a nossa necessidade de abrandar o ritmo para termos o distanciamento necessário para trabalharmos de forma criativa – nada fácil, mas absolutamente necessário!