
Mnemónicas
- Fevereiro 20, 2020
- por
- Patrícia Teixeira de Abreu
Quanto mais improváveis melhor. O importante é ajudá-los a associar o tema a alguma coisa (normalmente) divertida para se tornar automático.
Antes de perceber que ela era disléxica, na preparação do teste de matemática percebi que os números pares e ímpares lhe passavam ao lado. Expliquei normalmente. Uma vez, duas vezes, cinco vezes. Comecei a ficar irritada. De repente inventei uma música com os números pares. Aprendeu rapidamente. No teste a única pergunta toda certa foi essa. Disse-me “Mãe eu estava confusa, já não me lembrava quais eram os pares ou os ímpares, mas comecei a cantar baixinho a tua música e consegui!”
Acento grave – o “a” caiu para trás bateu com a cabeça e… é grave
Sinónimos e antónimos: Tu e o primo António são diferentes. Tu és rapariga ele é rapaz. António – Diferente – Antónimos.
No outro dia dizia-me. “Sabes Mãe os meus amigos são mais espertos do que eu”. “Não, não são nada mais espertos que tu, simplesmente aprendem de forma diferente da tua. Tu aprendes de forma divertida (como o Walt Disney, o Spielberg, o Picasso o Churchill e tantas outros que também tinham dificuldade com os “ p” e “ b” e não eram nada menos espertos que os outros.” Olhou para mim surpreendida e simultaneamente radiante:
“Oh my GOD, tu queres ver que eu vou ser famosa?”
Li no outro dia que 10% da população mundial é disléxica. São normalmente pessoas com um QI igual ao superior ao nosso. Na minha opinião é importante a Francisca perceber isso e aprender a aceitar a diferença. É preciso desconstruir ideias pré-concebidas e investir no reforço da autoestima todos os dias, até porque não consigo protegê-la dos comentários menos felizes.
2 Comentários
Sandra
26th Fev 2020 - 8:55Olá bom dia estava a ver TV quando vi sua reportagem. Desconhecia deslexia até ver a minha filha não conseguir aprender e depois de ir consulta e a médica descrever os sintomas vi que também em miúda tinha as mesmas dificuldades.
Patrícia Teixeira de Abreu
4th Mar 2020 - 20:43Olá Sandra,
Há imensas histórias de adultos que só descobrem que são disléxicos muito tarde. Ainda bem que detectou a dislexia da sua filha cedo. A grande vantagem é que a pode ajudar a lidar com a dislexia.
Um beijinho Patrícia