A minha filha é disléxica e agora?

A minha filha é disléxica e agora?

A minha filha estava no início do segundo ano. Tinha dificuldades em ler, trocava algumas letras e escrevia em espelho. Atribuí a algumas mudanças que tinham ocorrido na nossa vida, e ao facto de ser ainda muito infantil. Não sou uma mãe stressada. Acho que cada um tem o seu ritmo. Não pressionei, mas mantive-me atenta e em contacto com a professora.

As notas das intercalares agravaram a tendência. Fui falar novamente com a professora.

E, de repente…o meu mundo caiu. “A sua filha pode ter um problema cognitivo”. O que é isso de um problema cognitivo? A minha filha? Mas como a minha filha se as duas mais velhas sempre foram boas alunas? Ela só tem 7 anos, mas porquê que todos têm de andar ao mesmo ritmo?

Saí da sala de aula meia perdida. Numa solidão terrível, entrei no carro, e até ao escritório as lágrimas correram. Acalmei-me. Lembrei-me de um livro que tinha lido entretanto de que nada acontece por acaso, e que a vida nos põe sempre à frente os melhores professores (acontecimentos) que nos permitem desenvolver os nossos pontos a trabalhar. Há que confiar – claro que ela não tem problema nenhum. Negação completa.

Marquei a pediatra. Pode ser dislexia. Falámos. Indicou-me uma terapeuta para fazer os exames.
E num dia no início de Novembro lá fomos as duas de mão dada, e eu de coração bem apertado. Foram mais de 2 horas de testes, perguntas em branco e respostas todas ao lado. Afligi-me e no meio daquela avalanche de perguntas a terapeuta ia-me dizendo que ia correr tudo bem, que tudo se resolve com trabalho. De repente, as lágrimas começaram a correr. Ela habituada tira mecanicamente um lenço e diz: “Não se preocupe. Todos choram”. Confesso que aquela certeza me tranquilizou.
Saímos as duas exaustas, e fomos lanchar à melhor pastelaria de Lisboa. Tudo, mas mesmo tudinho o que nos apeteceu.

Nos dias seguintes fui frequentemente assaltada por um medo terrível de não conseguir gerir isto. Sozinha, com três filhas, um trabalho exigente onde é que eu ia ter tempo? A terapeuta tinha referido que era ultrapassável, mas que ia exigir muito trabalho nos próximos anos. Anos? Eu nunca estudei com as mais velhas, como é que ia estudar anos? Senti o mundo a desabar, uma impotência enorme e uma solidão terrível. Tenho a melhor família e amigos do mundo, mas há caminhos que são só nossos – são as nossas pernas que têm de dar aqueles passos, é a nossa força que nos empurra é a nossa mente que nos guia.

O relatório chegou na semana seguinte e começámos um programa de acompanhamento semanal e um trabalho diário. 45 minutos por semana com a terapeuta – ela e eu e a terapeuta. 45 minutos extenuantes, seguidos de trabalho orientado diário. Os primeiros tempos foram duríssimos – um cansaço gigante – meu e dela. Birras, revolta, falta de paciência e um trabalho esgotante era o que nos esperava ao fim do dia. Depois foi instinto de sobrevivência. Fomos aceitando, fomos criando formas diferentes de trabalho. Ela apurou os skills de negociação e eu os skills da paciência. E fomos construindo uma relação gira, muito cúmplice. Fomos ganhando confiança: ela com as pequenas conquistas e eu com a certeza que tinha de desenvolver a minha criatividade ao máximo para ensinar.

O primeiro passo no trabalho com crianças disléxicas é aumentar o nível de autoconfiança. Miúdos disléxicos sentem-se inferiores. Não têm interesse em aprender, detestam ler e evitam todos os trabalhos que estejam relacionados com a escola. Sentem que não acompanham os outros e têm medo de serem ridicularizados pela turma. O coaching emocional a estas crianças é fundamental. O que eu senti é que temos de ser muito assertivos no trabalho que enquanto pais desenvolvemos com eles, e para sermos assertivos precisamos de alguém experiente que nos guie. Não vale a pena tentar que trabalhem loucamente as matérias da turma se ainda não assimilaram o básico. Quando começamos pelo básico do básico: “o Pepe papou a papaia”, eles acham o texto completamente parvo e por ser tão parvo também se aprende rápido. E a seguir vem o “Boa, já leste tão bem esta palavra”. E isto é step by step todos os dias – todos mesmo. It’s about consistency . E como acredito que os ensinamentos que adquirimos na nossa vida pessoal e profissional se misturam, acredito que isto é também um processo de liderança, pelo que o vídeo do Simon Sinek sobre “Consistência” nos ajuda muito a perceber o significado de “Trabalhar todos – mesmo todos- os dias”. É inspirador!

Why consistency matters in Relations and Leadership – Simon Sinek – YouTube

Patrícia Teixeira de Abreu

Vivo a vida com intensidade e acredito que a dislexia pode ser uma oportunidade única de crescimento para uma família de miúdas com garra.

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31 Comentários

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    Fran

    16th Fev 2020 - 5:33

    Tenho um menino de 10 anos cm dislexia ele nao lê e nao escreve corretamente ainda..
    E bem complicado..
    Mesmo porq nao tenho condições financeiras tao boa pra fazer tudo que ele necessita..
    Mas estamos caminhando..

      Patrícia Teixeira de Abreu

      Patrícia Teixeira de Abreu

      4th Mar 2020 - 21:26

      Olá Fran, uma das áreas que gostava de desenvolver no blog é a área da legislação, relacionada com os direitos destas crianças, para que possam ser sempre ajudados da melhor forma. No que eu puder ajudar disponha.Muita força! Um beijinho Patrícia

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    Manuela Pinto

    16th Fev 2020 - 10:11

    Bom dia.
    Muita força para, este percurso de luta diária, mas que nos enche de orgulho e Gratidão.
    O meu Francisco, com Dislexia, discalculia e disortografia desde os 8 anos, está agora no 12° na, área de ciências (ensino regular)
    Têm sido anos de luta, mas muito gratificantes.
    Qualquer coisa, disponha.
    Abraço e muita força para as duas.

      Patrícia Teixeira de Abreu

      Patrícia Teixeira de Abreu

      4th Mar 2020 - 21:23

      Olá Manuela,obrigada pela partilha.Que giro “falar” em gratidão. No meio deste processo todo, é isso mesmo que também sinto com o que a Francisca me ensina todos os dias. Um beijinho Patrícia

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    Ana Carla Santos

    16th Fev 2020 - 11:05

    Também tenho três filhos capazes e o mais novo 10 anos com deslexia aos três níveis com descalculismo tem sido uma batalha mas graças a Deus porque sou crente tenho tido um apoio gigante na casa da Praia ( centro Dr João dos santos) e leio muito na matemática por exemplos há um livro que e o diabo dos números que ajuda a explicar a estás crianças a matemática .
    Obrigada pela partilha da vossa experiência

      Patrícia Teixeira de Abreu

      Patrícia Teixeira de Abreu

      4th Mar 2020 - 21:07

      Olá Ana, obrigada pela partilha. Vou ver esse livro. Ideias e sugestões são sempre bem-vindas! Um beijinho Patrícia

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    Natércia Maria Gonçalves Branco

    16th Fev 2020 - 11:13

    Patrícia, pode crer que não está sozinha nesta luta. Sim, considero uma luta diária quando temos um filho disléxico. No caso do meu filho fui eu que desconfiei logo no primeiro ano que algo não estava bem. Como é o mais velho também não tinha base de comparação. A meio do terceiro ano conseguimos finalmente o diagnóstico ( tive que procurar um psicólogo externo à escola porque o que foi designado pelo agrupamento nunca elaborou o relatório final) mas aceitaram os relatórios externos e partimos para a avaliação do grupo da educação especial. O meu filho foi incluído no antigo 3/2008 no âmbito de uma dislexia moderada. O primeiro ciclo fez-se com muito trabalho meu e dele e com notas boas que premiaram o seu trabalho. Se isso o fez sentir melhor? sinceramente acho que não lhe dizia nada… ele é naturalmente preguiçoso e desmotivado para estudar, mas é extremamente inteligente (mas ainda não o percebeu).
    No 5°ano veio o pior pesadelo das nossas vidas, a escola não quis saber das medidas de que ele tinha direito, a turma era enorme (29 alunos- a dislexia não dá redução de turma, mas há outras formas de dar a volta ao contexto), o grupo de professores também não estava sensível à causa…. enfim um desastre completo. Houve bulling por parte dos colegas e dos professores e pir mais queixas e reuniões nada mudava. Muitas lágrimas derramamos eu e ele!
    6°ano era inevitável mudou de escola. O resultado não podia ser melhor, o meu filho saiu do poço e aos poucos percebeu que podia ser melhor e mais feliz!
    Hoje está no sétimo ano com as medidas de leitura dos enunciados (português sempre e nas outras disciplinas pede ajuda quando necessário ou o prof. ajuda quando tem textos maiores, isenção ao erro ortográfico, outras medidas mais individuais quando necessário). Está feliz, continua preguiçoso, mas gosta dos resultados que vão aparecendo (cá para nós muito bons) mas sempre comigo na retaguarda a estudar novamente tudo para o acompanhar.
    É duro… mas nós vamos vencer!

      Patrícia Teixeira de Abreu

      Patrícia Teixeira de Abreu

      4th Mar 2020 - 21:04

      Olá Natércia, muito obrigada pela sua partilha. Eu também tenho medo da mudança de ciclo. É bom ler a sua história. Um beijinho Patrícia

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    Isabel MatosDias

    16th Fev 2020 - 11:33

    Adorei a sua partilha.
    Fiquei triste porque não consegui fazer o mesmo com o meu filho… diagnóstico tardio… andamos a correr atrás do prejuízo… a tentar elevar a auto-estima…
    Difícil, muito difícil, professores que não colaboram, mudança de clínica… quilómetros percorridos… poucos avanços… 13 anos, 8*ano mas cada vez mais , mais dificuldades… e o tempo a correr…
    Deixei de ser só Mãe… sou professora em prejuízo da mãe… Objetivo principal – conseguir que ele cresça com a convicção que pode, que consegue, que tem valor… que será um cidadão convicto das suas ideias…
    Será que estamos a ir pelo caminho certo?

      Patrícia Teixeira de Abreu

      Patrícia Teixeira de Abreu

      4th Mar 2020 - 21:01

      Olá Isabel, quando fazemos as coisas de coração estamos sempre a fazer o caminho certo. Eu também sinto que passei a ser professora. Invista na autoestima. É fundamental para avançarem. Um beijinho e muita força Patrícia

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    Beatriz Freza

    16th Fev 2020 - 12:00

    Parabéns pela iniciativa.

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      Júlia

      27th Mar 2023 - 23:18

      Olá, o meu nome Júlia tenho 25 anos e sou dislexia!
      Atualmente sou farmacêutica e tenho muito orgulho do meu percurso académico! É verdade que tive algumas dificuldades principalmente no que diz respeito aos níveis mais básicos do ensino. Possivelmente apartir do 2 ciclo tudo mudou, sempre fui boa aluna e tenho muito orgulho nisso! Claro o meu calcanhar de Aquiles sempre foi o português e as restantes línguas mas nas areas científica e a artísticas sempre me senti como peixinho na água! Nunca tive apoio para lá do que aquele que a escola me ofereceu. Gostaria de dizer desde já que foram horas e horas de castigo. Odiava com todas as minhas forças, sentia que nunca aprendia nada, cópias e cópias, reescrever erros vezes sem conta, composições atrás de composição! Nunca me ajudou! O que me ajudou foi perceber que não era por ler mal ou a minha ortográfica ser má que isso era um impeditivo de aprender! E eu gostava e gosto de aprender!
      Por exemplo em 2022 foi o primeiro ano em que li um livro de verdade por iniciativa (notem com 24 anos) e está tudo bem! Se ler é mais difícil e eu tinha tanto que ler na escola como e que me iria apetecer ler mais do que o indispensável? Simplesmente apetecia me fazer outras coisas como pintar, tocar música e fazer todos os tipos de trabalhos manuais que possam imaginar! O verdadeiro significado de tempos livres.
      Fui escuteira, dirigente associativo, pertenci a uma tuna Académica! Após alguma confiança, sempre informei os meus pares da minha diferença e a vida seguiu sem grande ênfase nas minhas dificuldades.
      Em jeito de conclusão só queria dizer que a dislexia não é um perna a menos com a obrigatoriedade de uso de uma bengala! O meu cérebro trabalha de uma maneira diferente. Não quer dizer que trabalhe pior, não cabe é na caixinha do considerado normal.
      Caros pais que me lêem neste momento, não se foquem nas limitação, vejam o outro lado! Sei que estão a dar o vosso melhor mas só vos peço uma coisa, tornem o aprender algo natural e divertido e não um castigo ou uma obrigação! Com o tempo tudo vira e o infinito é o limite.
      (PS: desculpem os erros que podem por aí encontrar, mas já fazem parte da minha imagem de marca)

        Patrícia Teixeira de Abreu

        Patrícia Teixeira de Abreu

        13th Abr 2023 - 21:50

        Muito obrigada Júlia, pelo testemunho e muitos parabéns pela força, pela coragem e pelas conquistas. Um beijinho Patrícia e Francisca

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    Beatriz Freza

    16th Fev 2020 - 12:00

    Parabéns estás atitudes ajudam muitas famílias.

      Patrícia Teixeira de Abreu

      Patrícia Teixeira de Abreu

      4th Mar 2020 - 20:58

      Obrigada Beatriz! Um beijinho

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    Lina

    16th Fev 2020 - 23:12

    Muita coragem Patrícia, vai correr bem 😘

      Patrícia Teixeira de Abreu

      Patrícia Teixeira de Abreu

      4th Mar 2020 - 20:57

      Obrigada Lina! Um beijinho Patrícia

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    Paula Santana

    18th Fev 2020 - 13:03

    Olá também sou mãe de uma menina dislexica há 11 anos e tenho batalhado muito . Não podemos desistir.

      Patrícia Teixeira de Abreu

      Patrícia Teixeira de Abreu

      4th Mar 2020 - 20:50

      Olá Paula, nunca desistir! Mas há dias em que precisamos de respirar. Faz parte e torna-nos mais fortes. Um beijinho Patrícia

    Avatar

    Raquel Brito Azevedo

    19th Fev 2020 - 21:10

    Obrigada pela partilha. Encontro-me a viver o mesmo com a minha filha de 7 anos e tem sido bom ler os seus textos.

      Patrícia Teixeira de Abreu

      Patrícia Teixeira de Abreu

      4th Mar 2020 - 20:49

      Que bom Raquel, obrigada pelo feedback. O objetivo é que os textos sejam uma ajuda e uma mensagem de esperança, porque isto é uma enorme oportunidade de crescimento também para nós pais. Um beijinho Patrícia

    Avatar

    Inês

    27th Fev 2020 - 9:35

    Olá Patrícia! Antes de mais…OBRIGADA!
    Desde que o meu filho entrou para a escola, que achei que algo de estranho estava a acontecer na sua aprendizagem. Por norma fazemos comparações entre irmãos, o que é extremamente errado, mas inevitável. A irmã no 1 ano, nas férias do Natal já lia e o mesmo não se passava com o irmão. Achei que poderia ser imaturidade e sempre falei com a professora sobre as minhas preocupações. Acabava sempre por me dizer que cada criança tinha o seu ritmo e que o tínhamos que deixar crescer. Até que veio o 2ano e a própria professora achou que ele devia fazer o despiste da dislexia. Aquilo que sempre achei, era agora verbalizado pela professora…senti-me a mãe mais triste e impotente do mundo. O que vou fazer agora? Por onde começar? Chorei, revoltei-me, mas decidi que tinha que ser mais forte e que se isto estava a acontecer é porque eu tinha sido escolhida para tal e que nós, juntos, iriamos ultrapassar esta batalha diária. Fez os testes, foram inconclusivos. Ainda não se confirma dislexia, mas aconselham que durante este ano tenha ajuda. Todos os dias trabalhamos e o reforço positivo é muito importante. Sinto que está mais forte, mais seguro e que já não tem medo de escrever para os outros. Aprender a lidar com a dificuldade é uma mais valia para o sucesso deles. Digo-lhe sempre que somos todos diferente, uns chegam mais cedo e outros chegam mais tarde, mas chegam! É uma criança super inteligente, responsável e trabalhadora.
    Obrigada pela iniciativa do blog, obrigada pela coragem de falar sobre o tema com tanta simplicidade, obrigada pelos textos tão, mas tão reais…

      Patrícia Teixeira de Abreu

      Patrícia Teixeira de Abreu

      4th Mar 2020 - 20:31

      Olá Inês, Obrigada pela sua mensagem. Step by step vai correr tudo bem, ele vai ter uma autoestima mais forte e a Inês vai-se sentir mais confiante. Estamos aqui! Um beijinho Patrícia

    Avatar

    Isabel Stilwell

    5th Jun 2020 - 19:00

    Gostei imenso do seu texto e do blogue, que pinta o seu trabalho e que importante é para os outros pais não se sentirem tão “diferentes”, tão sozinhos. Que sorte tem a sua filha, porque quando a nossa mãe acredita em nós temos força para tudo. Eu fui diagnosticada com dislexia em 1969, Porque a minha mãe insistiu em descobrir o que se passava ( eu era a sétima e a única com problemas), tinha oito anos e ODiava a escola, o rótulo de preguiçosa, o esforçar-me tanto e os erros todos sublinhados a encarnado. A melhor coisa que me arranjaram foi uma explicadora especialista em dislexia, que criou comigo uma relação muito forte que ajudou um bocadinho a minha auto-estima que estava de rastos ( lembro-me que disse que eu era inteligente, repeti a frase para mim mesma mil vezes). Pelo menos comigo a ajuda da minha mãe exasperava-me, acabava aos gritos , coitada apanhava com a tensão e as birras.
    Depois o meu filho tb foi diagnosticado, e acho que uma versão mais pesada do que a minha, porque eu nunca tive nenhuma dificuldade com a leitura.
    A boa notícia é que eu sou jornalista e escrevo livros e ele também!
    Vamos falando

      Patrícia Teixeira de Abreu

      Patrícia Teixeira de Abreu

      5th Jun 2020 - 21:47

      Obrigada Isabel pelas suas palavras tão inspiradoras!
      Quando olho para o livro de quase 700 páginas que chegou hoje no correio e leio o seu comentário, ganhei um “boost” enorme de confiança. Tenho a certeza que a Francisca vai ser o que ela quiser.
      Um grande beijinho
      Patrícia

        Avatar

        Ana Almeida

        14th Set 2020 - 23:31

        Boa noite.
        Adorei o seu blog. Está espectacular.
        Obrigada e continue …..
        O meu filho foi diagnosticado com dislexia este verão, ainda está tudo muito verde, mas hoje descobri o seu blog e foi deveras tranquilizador.
        Ando muito ansiosa com este começo de ano letivo, vai ser tudo novo.
        Gostaria da sua ajuda pois não sei o que me espera e também não tenho grandes condições financeiras. Já tem alguma informação sobre a legislação?

        Estou mesmo apaixonada pelo seu blog.
        Obrigada pela sua dedicação.?.

          Patrícia Teixeira de Abreu

          Patrícia Teixeira de Abreu

          15th Set 2020 - 19:10

          Olá Ana,
          Obrigada pelo seu feedback.
          Vai correr tudo bem. É sem dúvida um caminho de muito trabalho e paciência mas que vale a pena.
          A parceria com o escritório de advogados vai avançar em Outubro.
          O seu filho tem direito à aplicação de medidas universais previstas no decreto lei, mas é importante partilhar o diagnóstico com a escola, fundamentalmente com o professor, para encontrarem estratégias que funcionem com ele.
          Penso que há alguns apoios da Segurança Social mediante a apresentação de requerimento.
          Amanhã sai um artigo no blog sobre estratégias para trabalharmos com os nossos filhos.
          Um beijinho e o que precisar diga.
          Patrícia

    Avatar

    Deolinda Ferreira

    3rd Dez 2020 - 22:01

    Boa noite tenho um filho com 9anos hiperativo com défice de atenção, se não chegasse chegou a confirmação da dislexia. Tem sido uns anos duros e com muito trabalho que se tem intensificado, em Outubro passado do nada a ler uma história na professora particular de ensino especial começou a ler (com limitações claro nas ganhou alguma confiança coisa que não tinha).só tenho pena de as crianças terem pouca ajuda através do estado, se não fosse o que pagamos do nosso bolso o meu filho não teria conseguido chegar ao ponto que chegou,temos luta por muitos anos mas nós pais estamos com ele para o ajudar e ele a nós. Força para todos pois não é fácil e as vezes esquecemos que existimos

      Patrícia Teixeira de Abreu

      Patrícia Teixeira de Abreu

      6th Dez 2020 - 15:25

      Boa tarde Deolinda,
      É verdade que trabalho não nos falta.
      Vou procurar informação sobre eventuais subsídios que possamos ter direito.
      Tem no blog na secção de entrevistas, uma entrevista ao Dr. Nuno Lobo Antunes que fala também do deficit de atenção e dislexia. É muito comum.
      Muita força!
      Um beijinho

    Avatar

    Ana Rocha

    16th Dez 2020 - 16:06

    Boa tarde Patrícia,
    Obrigada pela sua partilha diária. Tenho dois filhos gémeos no segundo ano, em que tudo indica que têm dislexia. Já foram encaminhados para o EMAI. Entretanto também marquei uma consulta no Dro Octávio Moura, que foi indicado como sendo um dos melhores nesta área. Ambos estão a ter terapia da fala porque têm problemas articulatórios e de consciência folonógica, desde os 4/5 anos. Depois de uma experiência horrorosa com o professor do primeiro ano, mudei de escola e encontrei uma professora que é maravilhosa. Mesmo sem o diagnóstico ela faz testes adaptados e já encaminhou para o EMAI. Mas houve 1 mês que esta professora faltou (COVID) e esteve uma substituta que foi um horror. Gritava com eles, para eles lerem, um deles começou a chorar na aula e ela ainda gozou (disse para ele chorar mais alto, que lá fora não o ouviam!). Ontem recebemos os testes, vi o teste de um deles em que ele tinha que escrever frases sobre o Natal e vi que ele só escreveu com consoantes com poucas vogais, tornando-se totalmente impercetível o que escreveu. Fiquei destroçada, disse para mim que era demais, que eu não ia conseguir ajudá-los. Fiquei sem chão. Ainda me doi o peito só de pensar nisso. Os trabalhos com um deles são sempre feitos debaixo de gritos e berros (da parte dele). Ás vezes consigo estar ali com paciência a dizer que o compreendo, mas que ele confie que vai conseguir. Mas as pequenas vitórias demoram tanto a vir, com tanto esforço. Mas nem sempre consigo manter a calma. São dois, eles têm de fazer os trabalhos em pouco mais de 40 minutos cada um, a seguir jantar e ir para a cama cedo para não andarem cansados no dia seguinte. Porque se andarem cansados, aí é que não dão uma para a caixa. Sabe o que era bom? Era haver grupos de apoios para mães/pais que passam por isso, em que podíamos nos reunir (tipo os alcooólicos anónimos, desculpem a comparação) e falar. O que eu mais preciso neste momento é de ouvir e falar com pessoas que estejam no mesmo barco, porque efetivamente todo este processo é de uma enorme solidão e angustia. Por isso obrigada pela sua partilha e por todas as outras que li com muita atenção. Um grande abraço para todos vós pais e mães de coragem e sobretudo para os grandes herois que são os nossos filhos. Um santo Natal

      Patrícia Teixeira de Abreu

      Patrícia Teixeira de Abreu

      2nd Jan 2021 - 22:46

      Boa noite Ana,
      Obrigada pelo seu testemunho tão real.
      Percebo tão bem o desespero que por vezes sente.O que eu sinto com a Francisca é que os resultados aparecem com muita calma, ao ritmo deles.
      Não desista! No que eu puder ajudar disponha.
      Vou pensar numa forma de fazermos webinares com partilha de experiências. É uma ideia muito boa.
      Um beijinho

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Determinada, entusiasta e enérgica gosto de sentir que crio valor. Desafios que envolvam comunicação, liderança e criatividade são para mim! Gosto do frio da barriga de novos começos. A monotonia aborrece-me e a paciência não é propriamente o meu forte...

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