Dia da Mãe imperfeita…

Dia da Mãe imperfeita…

Quando a Maria nasceu eu não fazia a mínima ideia do que me esperava. Era uma inconsciente radiante com uma vida novinha em folha para construir.Cedo percebi que aquela ideia romântica da maternidade que idealiza o “foram felizes para sempre rodeados de crianças amorosas, vestidas de igual, sempre penteadas, tranquilas felizes e sem birras” era na verdade um mito urbano. É tudo menos perfeito e por ser tão imperfeito é que é tão espectacular.

Rapidamente me esqueci das péssimas noites que a maria dava, da correria entre o trabalho e a creche, da ginástica necessária para ficar com ela quando ficava doente (e não havia teletrabalho),das viagens adiadas e da quantidade de tralha necessária para um simples fim de semana fora. Fui a primeira do meu grupo de amigas a ser mãe pelo que não tinha assim muitas pessoas com quem partilhar este mundo novo. Rapidamente me esqueci porque chegou a Madalena que berrava “leitinho” no alto da sua cama de grades e passaram a ser 2 a virar a minha vida de pantanas. Voltei a esquecer-me e 5 anos depois nascia a Francisca, a nossa “Vera “ como lhe chamava a madalena ( que na verdade queria dizer fera – e isso é uma longa história). Depois tomei um “memofan” qualquer para a memória e não voltei mais a sofrer dessa amnésia.

Foram crescendo, a vida mudou imenso, reiventámos a nossa família, chegaram os namorados, saídas à noite e a casa cheia de amigos. Despedi-me dos vestidos de de igual, dos peluches, e fatos de fada (com alguma pena confesso).

Tentam confiscar-me os meus direitos a ser muito mais do que mãe delas pelo que as exaspero ao infinito com as minhas 1001 coisas, projetos, trabalho e Coaching. Dizem que estou sempre a inventar e que era bom terem uma mãe mais sossegada.

Fazemos viagens que ficam gravadas no coração, temos discussões épicas e a minha lista do spotify chama-se “Babies give me a break”. Refilam mas sabem que a mãe tem como máxima de vida “não querer deixar nada por fazer”, por isso não adianta pedirem sossego porque por mais que as adore preciso de mundo. Refilam com o jantar(ou a falta dele), discutem ao infinito por causa das roupas e das arrumações mas depois ficam acordadas até tarde quando chego a casa fora de horas e me esqueço de avisar.

Love you babies ❤️❤️❤️

PS- Parabéns a todas as mães imperfeitas (porque as perfeitas só existem nos sonhos…)

Patrícia Teixeira de Abreu

Vivo a vida com intensidade e acredito que a dislexia pode ser uma oportunidade única de crescimento para uma família de miúdas com garra.

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