
Estratégias para melhorar a autoestima em especial para crianças com dislexia
- Fevereiro 01, 2025
- por
- Cláudia Pedro
A escola é, geralmente, o local onde surge o estigma por se ter dislexia. A exposição recorrente a atividades de leitura e escrita constituem gatilhos para o surgimento de ansiedade. Os sentimentos de inferioridade, criados imprudentemente por terceiros ou pela própria criança prejudicam o seu empenho e envolvimento na turma, conduzindo a emoções intensas e negativas como culpa, vergonha, angústia e frustração. A criança vive os seus dias receosa com a possibilidade de errar ou agir de forma humilhante junto dos seus colegas e professores. Ajudar os seus filhos a lidar com os desafios que enfrenta, sem diminuir o valor dos seus esforços e conquistas é essencial para que cresçam seguros e com saúde mental.
Como reforçar a autoestima do(a) seu filho(a)?
1. O esforço é mais importante do que o resultado: Elogiar a dedicação promove a resiliência e gera uma mentalidade de crescimento.
○ “Gostei de te ver a tentar resolver esse problema, apesar da dificuldade que sentiste!”
○ “Não desististe na primeira tentativa e isso fez com que fosses capaz.”
○ “Nem sempre ganhamos, mas com a tua dedicação é uma questão de tempo até conseguires.”
○ “Estou orgulhosa pelo estudo que fizeste.”
2. Pote dos elogios: escolham um frasco para cada elemento da família e decorem-no ao vosso gosto. Diariamente, coloquem no frasco papelinhos com aspetos positivos/ elogios para cada pessoa.
3. Wall of Fame: Elejam uma parede da casa onde a criança afixará as suas conquistas (elogios, diplomas, uma aprendizagem nova, um objetivo alcançado). Isto reforçará o seu sentimento de realização pessoal.
4. Hobbies: explorar os interesses da criança ajuda-a a conhecer-se e a compreender o seu valor além da escola. Dedique tempo de forma regular para acompanhar a criança nessas atividades.
5. Evite comparações (diretas ou indiretas): Mesmo quando não estamos a fazer comparações diretas mas, por exemplo, perguntamos que nota teve a criança X ou Y, a criança entende como uma comparação e tende a sentir-se inferiorizada e desvalorizada. O que pode dizer quando é a criança que se compara aos colegas?
○ “Somos todos diferentes. É normal que alguns dos teus colegas já saibam fazer isso e outros ainda não.”
○ “A tua comparação deve ser contigo própria. Seres mais capaz do que foste ontem deverá ser o teu verdadeiro objetivo.”
6. Estabeleçam rotinas claras e consistentes: Tornar os dias mais previsíveis trazem segurança emocional às crianças. Além disso, garantem que há tempo para tudo – estudar, brincar e estar em família, promovendo mais sentimentos de bem-estar.
7. Celebrem todas as conquistas, por muito pequenas que possam parecer!
Lembrem-se: como pais, têm um papel fundamental na construção da autoestima dos vossos filhos. A forma como as crianças se vêem começa sempre por ser um espelho da forma como as crianças se sentem aos olhos dos seus pais. Todos os momentos são bons momentos para mostrar aos vossos filhos o quanto os amam, independentemente das suas notas e desempenho escolar. Com calma, afeto e encorajamento diário, os vossos filhos poderão desenvolver ferramentas para limitar o impacto negativo que a dislexia tem nas suas vidas e tornar as suas vulnerabilidades em oportunidades de crescimento e fortalecimento da sua autoestima. Os vossos filhos contam convosco para acreditar em si mesmos enquanto ainda não o conseguem fazer sozinhos!
Cláudia Pedro
Psicóloga
Centro Ser Mais
1 Comentário
Conceição Pereira
3rd Fev 2025 - 20:15Obrigada pela partilha, tenho aprendido muito com vocês. Assim posso ajudar o meu filho.