
Entrevista ao Francisco Stilwell Fonseca
- Junho 06, 2021
- por
- Patrícia Teixeira de Abreu
Francisco Stilwell Ferreira da Fonseca tem 37 anos. Foi campeão do mundo sub 16 em windsurf, campeão nacional e atleta do circuito mundial. Licenciado em Marketing, é especialista em storytelling e na definição e implementação de estratégias de Marketing nas empresas. O Francisco vive em Inglaterra onde fez o mestrado em escrita criativa. É co-autor de vários livros infantis e autor do blog People of Devon Project onde tem uma parceria com a BBC.
Numa conversa descontraída, o Francisco conta-nos a importância que uma professora americana teve na sua vida ao ajudá-lo através de um ensino assente na escrita de cartas sem grandes pressões nem ansiedades. Foi diferenciador para o Francisco ter alguém fora da família que acreditasse genuinamente nele.
O windsurf também teve um papel muito importante porque o ajudou a fazer amigos e a ganhar confiança. O facto de ser difícil e de ser um desporto de sensações em que não há um caminho único foi uma óptima forma de explorar as potencialidades da dislexia. De facto, cada onda é uma onda e a imaginação e a criatividade para surfar são fundamentais, num desporto que exige grande destreza e flexibilidade.
Apesar do mestrado em escrita criativa e da carreira de sucesso no storytelling, conta que na infância embora as suas histórias fossem muito criativas, entregava os textos a azul à professora e voltavam a encarnado. Na verdade, enquanto para as outras crianças a escrita era automática, para o Francisco a imaginação é que era automática.
Mas a criatividade ganhou aos erros ortográficos, e o Francisco acabou por fazer um mestrado em escrita criativa na Universidade de Exeter.
Hoje é Diretor de Marketing numa empresa inglesa, e conta-nos que em adulto arranjou estratégias para contornar os erros com ajuda de o corretor ortográfico e de amigos que corrigiam os textos. O medo dos erros nos e-mails para o CEO está lá sempre, mas continua a acreditar que são as ideias que fazem o mundo girar.
Defende que os pais deviam ser super-heróis para os filhos até mais tarde. Isto porque quando os pais estão ansiosos as crianças sentem, e isso não é bom.
Adorei esta conversa com o Francisco, principalmente por causa das perspectivas tão diferentes, que demonstram tão bem que há vários caminhos para o sucesso. Obrigada Francisco pela disponibilidade, simplicidade e boa disposição. Ainda nos rimos que nos fartámos depois de carregar no pause da gravação – não é nada fácil entrevistar alguém que escreve em parceria com a BBC!
Pode ver a entrevista aqui.