
No Porto a dislexia deu 10 a 0 ao futebol!
- Maio 30, 2021
- por
- Patrícia Teixeira de Abreu
Ontem foi um dia mesmo bom, e este post é um agradecimento sentido às pessoas com quem tive a sorte de me cruzar no Porto.
Vim ao Porto a convite da Clara Gomes – Investigadora em perturbações de aprendizagem específica na Universidade Católica do Porto e Presidente da Descolar. O dia começou com um webinar com a Clara no CRIAP onde falámos de dislexia numa perspectiva mais técnica mas também do livro, do blog e dos meus desafios enquanto mãe de uma criança disléxica.
À tarde estive na Descolar nas “Conversas 4D” e conversámos imenso sobre a dislexia.
Adorei falar com o Gustavo que estava com os pais e contava que está no sexto ano e foi diagnosticado há pouco tempo. O Gustavo contou que o diagnóstico foi importante porque já percebe porquê que pensa de forma diferente dos amigos.
A Clara tem um irmão gémeo que a ajuda a estudar com uma cumplicidade única.
O pai do Pedro também é disléxico e partilhou a sua história, a licenciatura aos 34 anos e os desafios do filho Diogo também disléxico.
A mãe da Matilde explicou que como tem uma dislexia severa não consegue ajudar a Matilde como gostaria pelo que tem a ajuda da Rosa que acompanha a Matilde todos os dias.
O Gonçalo tem 7 anos, é muito alegre e acabou de chegar.
O Pedro de 10 anos pegou no meu livro e explicou ao pai que ia ler a parte do livro que está escrita na voz da Francisca, e que está identificada com desenhos. Combinámos que me ia enviar mais vídeos como aquele que publiquei no FB sobre a História de Portugal e que ajudou tantos meninos.
E a Laura com 10 anos, tão querida, explicava que às vezes os amigos e os professores não percebem bem o que significa a a dislexia e ficou contente quando lhe li como se sentia a Francisca com a dislexia no início deste caminho.
O Pedro, a Clara, a Matilde,o Diogo,a Laura,o Gustavo,o Gonçalo,a Francisca e tantos milhares de crianças não são números. São crianças com histórias, desafios e superações. E os pais não são máquinas. Os pais têm medos ansiedades e preocupações.E é por isso que sabe tão bem sentir que não estamos sozinhos e que não há caminhos únicos.
Muito obrigada pelas partilhas, pela recepção tão calorosa e pelo convite. Aprendi imenso e quero voltar ao Porto, onde me senti em casa, muito mais vezes. Da próxima vez com a Francisca.
De coração cheio, again!
PS- E o Porto continua a ser uma cidade absolutamente fantástica. Não me canso de repetir!