
Dias pouco cor-de-rosa
- Março 14, 2023
- por
- Patrícia Teixeira de Abreu
Não. A minha vida não é só dias cor-de-rosa, conquistas e festas do blog.
Também tem dias enormes, super cansativos e bem menos felizes.
Hoje a Francisca entrou em casa, e nesta química que temos tão ajustada, antes do “olá baby” perguntei logo o que tinha acontecido.
Vinha de lágrimas contidas que rebentaram numa torrente com a nota de História muito abaixo do previsto. Deixei-a chorar. E olhei para o teste também eu incrédula. A miúda sabia daquilo à séria, disso eu não tenho a mínima dúvida que estudámos as duas dias a fio.
Deu-me uma raiva gigante desta dislexia que não nos larga que até me vieram as lágrimas aos olhos. É uma sensação de impotência tão grande que as vezes só apetece desistir. Eu quero lá saber da nota. Mas ela quer, e eu percebo.
E o teste de ciências é na 5.ªf e não dá para nos entregarmos a lamúrias,mas precisámos de nos equilibrar primeiro. Eu a integrar a nota com a cabeça a 1000 e ela a desligar com um bocadinho de tablet.
E trabalhámos imenso depois. E eu pensei que não me quero focar no injusto, e se foram estas lágrimas que nos levaram a criar o projeto escolas e a chegar a mais de 30.000 crianças, também vão ser estas lágrimas que nos vão fazer ter uma ideia fantástica para mostrar às empresas que se não contratarem adultos dislexicos treinados à exaustão desde pequenos a trabalhar imenso, com uma resiliência enorme e uma gigante capacidade de resolver problemas e simplificar, então… estarão certamente a ser muito pouco eficazes e eficientes.
Sim,eu sei que não parece, mas eu sou economista por isso há que maximizar a utilidade marginal das lágrimas (que essas não nos largam) a nosso favor…